A ladra de sonhos



Um homem maduro, complexo e realizado profissionalmente...
Uma garotinha feliz, inocente e totalmente desprotegida...
Noites sem dormir e alguns sonhos roubados...
Esse é o cenário para uma gótica e estranha história de horror que em breve será conhecida por todos.
José Humberto assina "A Ladra de sonhos" em breve...

Gostinho:

"Ao passar o picolé em seu corpo nú e ofegante, ele fazia com que ela se sentisse arrepiada e estranhamente amedrontada. O picolé derretia não somente pelo calor do ambiente, mas pelo fogo do corpo da menina e o desejo da mente daquele homem sedento..."

CARTA 00/00/00



Lázaro,
Tem sido tão difícil pra mim.
Tem sido difícil lutar contra todas as mentiras que acabaram se tornando verdades.
Tem sido difícil sofrer a dureza de todas as derrotas e fingir que nenhuma delas me abalou. Que não sou humano e que a elegância de minha alma é sempre mais forte.
É difícil e tem sido muito duro assumir para mim mesmo que estou como Jorge Luis Borges, vivendo meus instantes reflexivos. Isso dói.
Quero sumir meu amigo. Só isso...
Juro que não estou frágil, mas realmente os últimos dias têm sido difíceis.
Descobri que tenho dedo podre. Que não tenho sorte e que além de tudo sou feio, repetitivo, enjoativo e muito formal.
Imagino que você já saiba isso. Mas, como é muito elegante, nunca ousou me dizer.
Minha torre de marfim ainda está intacta. Inabalável. Continua linda, mas não me cabe mais.
nãomecabemais
Não cabe mais minha angústia sofrida de não poder ser feliz.
A grande verdade Lázaro é que crio monstros e procuro meu próprio sofrimento. Sempre foi assim, lembra?
A desilusão da vida me mostrou isso tudo essa noite.
São 00:41. Estou aqui chorando. Não sei os motivos, aliás, sei, mas juro não contá-los a ninguém, nem mesmo a você, meu amigo que nunca me traiu.
Talvez você esteja pensando que estou ficando mais amargo ou que devo ter tido mais uma desilusão amorosa, mas juro Lázaro: não foi isso.
Tá péssimo aqui sozinho.
Tá péssimo ser sempre assim.
Tem sido tão difícil pra mim.
Dói!
E eu como sempre vou apenas dormir mais uma vez, deixar o sono esquecer as minhas dores e trabalhar para escravizar minha criatividade de pensar sobre tudo. Mecanicamente trabalhar.
Eu.
Só.
Quero.
Voar.
Me. Sopra. Para. Bem. Longe.

Nato

Em defesa gratuita de uma mulher valente


Não sou nenhum cientista político, muito menos personalidade famosa e reconhecida nos meios de telecomunicação do Brasil. Sou apenas um dos bilhões de brasileiros anônimos que nos últimos dias têm recebido uma chuva de e-mails e mensagens que denigrem a imagem da candidata do PT Dilma Rouseff. Acusações das mais diversas formas, vinda dos mais insólitos lugares e que na insensatez dos excessos consideram o brasileiro como um pequeno “jumentinho de presépio”.
São tantas acusações que não pude deixar que passassem em branco, ou mesmo que meu posicionamento enquanto anônimo e cidadão consciente que sou, não fosse divulgado em meu blog e nos outros meios de comunicação aos quais tenho acesso. Pois, nesse sentido, falar a verdade é uma necessidade de consciência coletiva e não de vontades pessoais.
O que vejo acontecer com Dilma, reflete a política marasmática que ainda insiste em reinar em nosso país. Política está que não se centra na defesa de propostas, mas no ataque pessoal, na derruição da personalidade e de seus valores.
O que Serra e seus orientadores têm feito? Exatamente isso que já disse anteriormente: derruir a imagem de Dilma, não considerando seus projetos e anseios, mas usando de sua trajetória e de um discurso turvo para tolher seu crescimento. Não se avalia e muito menos se confrontam os planos de melhora, mas se arquitetam situações de “guerra”.
A campanha, que tudo indicava ser eliminada no primeiro turno, se estendeu ao que chamo de segundo “round”. E não pensem que o que levou a isso foi o crescimento de Marina, o que proporcionou este momento foram os inúmeros ataques do tucano que colocaram em cheque a integridade e capacidade de Dilma em governar o Brasil.
Currículo??? Ele bate e rebate nessa tecla o tempo todo, oferecendo ao país toda sua experiência política, mas será que isso basta? Não! Se bastasse, Fernando Henrique, o sociólogo, teria sido o melhor presidente, com grande índice de aprovação entre a população, e êxito em seu governo o que não aconteceu.
Constantes situações tem feito com que Dilma seja atacada. O discurso de Dilma tem sido ameaçado não pelo que ela diz, mas pelo que outros afirmam terem ouvido ela dizer. A palavra é o maior poder que um homem possui, por isso, nenhum homem pode ser avaliado pelo que poderia ter dito, mas pelo que de fato disse. “Matar criancinhas” é absurdo de mais para ser dito e mesmo em face de um momento tão baixo em que se busca desesperadamente ganhar alguma porcentagem, usar tal artifício chega a ser idiota ao extremo para convencer alguém.
Vivemos em um país em que a opinião pública é muito valorizada, em que a liberdade de expressão é uma arma pública. Essa semana me senti totalmente incomodado ao ver um sacerdote, usar do altar, espaço santo e que a priori é para a exaltação de DEUS e de seu amor incondicional por todos, para denegrir a imagem do PT e de sua candidata Dilma. A liberdade de expressão existe para todos, mas os excessos cometidos e agressividade daquele homem, mas parece ter sido insanidade humana do que inspiração divina. Será que DEUS usaria tal discurso para referir-se a uma de suas filhas?
É injusta, suja e inadmissível a campanha de agressões que está acontecendo contra Dilma. É nojento ouvir em rede pública o candidato tucano usar da oratória do sentimentalismo para fortalecer uma luta que ele não tem tido peito político para ganhar.
E o pior de tudo é usar a imagem de DEUS, ícone que é para unir e propagar o amor entre os homens como elemento de ironia. Na campanha eleitoral na TV, após deferir vários momentos de agressão verbal à candidata Dilma Roussef, uma personagem encerra seu texto dizendo “fica com DEUS”, que triste, sórdido e agressivo a figura de DEUS.
Me orgulho muito de fazer parte de uma frente voluntária, sem fins políticos ou lucrativos que defende a integridade de Dilma, que acredita em seu potencial e que não usa de artifícios da religião para sensibilizar a maioria da sociedade. Me orgulho de poder ver na força dessa mulher a continuidade da mudança para o meu país. Quero fazer parte como protagonista e não como coadjuvante de um processo que entrará para os arautos da história do Brasil quer tucanos queiram ou não.

O que as Sereias diziam a Ulisses na noite do Mar - Gerardo M. Mourão



“Ninguém jamais ouviu canto igual
ao canto que te canto
escuta: as ondas e os ventos se calaram e a noite e o mar
só ouvem minha voz - a noite e o mar e tu
marinheiro do mar de rosas verdes:

virás: é um leito de rosas e lençóis de jasmim - e ao ritmo
de teu corpo entre a cintura e as ancas
mais o lençol de aromas de meu corpo
em monte de pétalas desfeito:

[...]

Todas as deusas se entregam
ao amante que um dia possuiu uma deusa
e então todas as fêmeas dos homens
Helenas, Briseidas e a Penélope tua
hão de implorar às Musas - e as Musas e Eros e Afrodite
a volúpia de uma noite contigo.”

Em breve meu mais NOVO trabalho. Aguardem!

Eu só quero (com carinho dedicado ao amigo Joab)


A hora é agora e eu não posso mais brincar de existir. Tenho de gritar para o mundo: “Ei, eu estou aqui!”.
Vou falar do que sou, das dores que tenho, dos medos que passo e de todas os estigmas que essa amarga sociedade insiste colocar em mim.
Falar, porque a palavra é minha arma não secreta, minha mão, meus pés meu Eu todo.
Não há segredos complexos de mais dentro desse armário, a verdade é que sou todo de vontades e quereres simples que são abertos, límpidos e comuns. Quem vive no armário e quem não me vê, pois não estou dentro de nada, sou livre.
Porque eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente pelas ruas do meu país.
Quero amar sempre e cada dia mais, não quero ter estrela na testa, mas orgulho firme e honra de ser o que sou.
Não quero ser diferenciado. Não sou o que eles chamam de estereótipo, sou ser humano.
E as vezes como ser humano eu também erro, cometo deslizes que não me tornam um verme, mas configuram minha ligação com um DEUS que me deu a oportunidade de errar e ser imperfeito como qualquer outro desse mundo.
Posso ser rainha, moça virgem, prostituta ou homem sério se eu quiser. Posso ter mil vidas ou nenhuma delas sendo somente homem ou mulher.
O que eu quero é unir todas as cores, falar bem forte e quebrar muitos pudores. Porque além de tudo eu sou assexuado, não no sentido de não ter sexo, mas no direito de ser multifacetado.
O que eu quero? Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente pelo meu país. Fazer o que eu quero, respeitando quem quer que seja. Quero viver a vida simples, sendo humano e tendo dores.
Quero é unir todas as cores, sem pensar que um dia terei de simplesmente me esconder atrás de um leque, arco-íris de cores e chorar outra vez.
Lutar pelos que não lutam! - Assumir-me pelos que temem!

QUEM TEM O PODER É VOCÊ


Evocando o imortal Vinicius de Moraes “Me perdoem as feias, mas beleza é fundamental” é que me nego a aceitar que belo é só quem nasce com a beleza. Vinicius é simplesmente um dos maiores ícones da Literatura deste País, mas infelizmente não posso concordar com esta frase tão bela, mas que com o tempo perdeu quase sua totalidade de sentido.
Já faz muito tempo que as menos belas, pelo menos as mais espertas, já saíram da clausura e estão desfilando entre as poderosas, competindo de igual para igual, sem vergonha ou medo de assumir aquela correção no nariz, ou a redução nos lábios.
Com a evolução e crescimento do mercado da beleza, principalmente no Brasil, um dos países em que mais se vende produtos de moda e beleza, é impossível diferenciar a menos bela, daquela tão estonteante quanto à garota de Ipanema.
O mercado está cada vez mais atraente, oferecendo verdadeiros milagres para quem está querendo mudar da água para o vinho. Porém, antes de qualquer mudança drástica, uma pergunta torna-se fundamental: até que ponto vale pagar por beleza?
Caro leitor, não há escritor, médico ou mesmo psicólogo no mundo que possa lhe responder com tanta precisão quanto o seu eu interior. Só você tem o poder de escolher o que é melhor, ou que lhe agrada.
“Cada um sabe a dor e a beleza de ser o que é”, Caetano Veloso, ao nos presentear com esta frase, implicitamente dava a cada um de nós a liberdade para fazermos o que quiséssemos a partir da nossa “dor” interior. Se o seu corpo lhe causa uma “dor”, ou se o seu desejo lhe motiva a recorrer aos mecanismos da beleza, quem é que poderá limitar os seus desejos?
Ninguém! Você tem o poder da escolha, essa é a verdade.
Um silicone aqui, um butox ali. Hoje faço uma massagem a base de chocolates, amanhã tenho salão marcado e a escova inteligente é certa no fim de semana. Esta é uma realidade de muitas pessoas, que recorrem ao mercado da beleza não por futilidade, mas para se sentirem melhores consigo e com o mundo que as cercam.
Fernando Pessoas nos dizia que tudo vale a pena, desde que a alma não seja pequena. Cada um de nós, e somente nós é que sabemos até que ponto podemos e queremos ir. Os limites existem, são reais e temos de saber disso.
Ângela Bismack, uma das mais fanáticas e conhecidas do mundo da beleza, optou por se remodelar. Este era o seu desejo, sua forma de se sentir melhor. Os mais críticos, dizem que ela perdeu sua identidade, é uma mulher artificial, mas para Ângela, ela continua sendo ela mesma, só que mais feliz com seu corpo e de bem com sua vida.
Dos mais corajosos aos menos drásticos, é que se divide este mundo em que todos nós uma hora ou outra acabamos adentrando, seja pela porta da frente assumindo os retoques de um cirurgião plástico, ou pelos fundos com a discreta passagem em um salão de beleza.
Os pontos de vista são muitos, as necessidades são mais variadas ainda. Fato é que beleza é importante sim no mundo capitalista em que vivemos, mas como diria meu querido Léo Áquila “Seja sexy em algum momento, mas prefira ser bonito por dentro”, isso é o que importa para satisfazer não os outros, mas a si mesmo.
O mercado está aí, e nós podemos optar em desfrutar dele ou não, em fazer parte dele ou se manter alheio a tudo isso. Mas uma coisa é certa e clara; não há sensação melhor do que tomar um bom banho, escolher aquele look e ao sair de casa encontrar aquele alguém que você vê todos os dias, mas que naquele instante te olha diferente é não encontra palavra para lhe dizer a não ser “Uauuuuuuuuuu!".
José Humberto dos Anjos

Histórias de amor e ciúmes




Sem confiança não há amor de verdade. Ladainha velha...Problema novo. Sem confiança o que há é uma ligeira vontade de cristalizar para o sempre a posse daquilo que não pertence a nós: o outro. Amor de verdade sente ciúmes sim, mas deixa voar livre a vontade do outro, pois confiar não é um ato falho, mas uma necessidade individual do homem e da mulher. Pois a liberdade não sobrevive na coletividade diária; precisa de tempo, espaço e asas. Ser livre e deixar o ciúme ser faúlha que nunca vira chama.É deixar a fera ser gato. O homem ser criança e o amor uma eterna roda gigante que gira sem parar, lenta e vagarosamente. ( José Humberto dos Anjos)

Arte é arte - Rebolation – Brasil do brasileiro é assim!



Não há terra mais transculturalista que o Brasil. Este chão que desde os primórdios foi se formando a partir das experiências e marcas das outras civilizações, conseguiu com maestria após longa data de exploração política e social, criar sua própria identidade e assumir uma cultura própria e admirada por grande parte do mundo.
Tal admiração não se resume em outra certeza: o povo brasileiro é muito criativo. Deste modo, tudo que é criado no Brasil, ou mesmo que venha para cá, ganha uma nova roupagem, cara e jeitinho brasileiro.
E o que dizer dessa nossa juventude fantástica, que mesmo em face das maiores dificuldades de acesso à cultura acaba se reinventando, procurando novas possibilidades e criando em meio a tanta coisa suas próprias formas de diversão e identidade?
Juventude criativa que mesmo abandonada pela iniciativa pública acaba dando seus “pulos”, fazendo que as tardes sem muitas opções de lazer se tornem as mais atrativas possíveis. E criar é fazer arte!
Assim, falando em arte e juventude, não podemos deixar de citar a febre do momento: a dança rebolation.
Espalhado por todo país, a dança eletrônica de múltiplos passes e habilidade corporal, logo se destacou entre os jovens, que em qualquer lugar se envaidecem apresentando-se.
De primeira vista pela estrutura da palavra, ou mesmo pela terminação “lation”, pensamos tratar-se de um vocábulo de origem inglesa. Ledo engano caros leitores. O termo é brasileiríssimo, e como afirmam alguns curiosos sobre o tema, há Estados que a dança é muito popular e difundida.
Pouco se sabe sobre as origens da dança, pois assim como muitas manifestações culturais já reconhecidas, o Rebolation foi considerado menor, uma expressão marginal criada por classes consideradas “incultas”. No entanto, segundo uma das maiores empresas de divulgação na internet, o Google, a dança começou a veicular em 2007 ganhando mais expressividade em 2009.
Com a origem fincada nas raves, o rebolation de início foi idealizado para ser acompanhado por estilos como o psy trance e o electro house, no entanto com a popularização do estilo, várias adequações foram sendo realizadas, e a dança pode ser incorporada até mesmo a dance music mais tradicional e menos eletrônica.
Vídeos relacionados à dança, diariamente são postados no youtube, vindos de todas as partes do país. Alguns conseguem atingir mais de 3.950.578 exibições e arrecadam mais de 289 milhões de comentários.
A febre rebolations não se limita apenas ao estilo da dança, mas estende-se ao vestuário dos dancers, que muito se parece com o de outros estilos musicais como o hip hop ou psi por exemplo. No entanto uma ousadia mais plébica pode ser notada. Tênis mais volumosos, ou no estilo All Star, muitas vezes com cadarços coloridos contrastam com a calça bem estilizada skinny que por sua vez são acompanhadas por camisetas cavadas “da hora” ou uma camisa mais lisa com o colarinho levantado.
Em nossa região, as manifestações são muitas e a maioria dos jovens entre 15 e 18 anos se aventuram. Na internet, pode-se notar a participação de vários jovens de Amorinópolis e Iporá que praticam o rebolation com uma habilidade incrível.
Os lugares para a dança são os mais diversos possíveis. No vídeo abaixo, retirado do youtube, veremos um grupo de jovens da cidade de Amorinópolis dançando rebolation na rodoviária da cidade. A dança contrasta com a paisagem pitoresca da cidade com a vontade expressiva dos jovens, além da habilidade amadora, porém fantástica de dançarinos e editores.
Brasil lindo e maravilhoso e essa sua juventude fantástica, criativa e recriadora! Sejam bem vindos ao Brasil de verdade, sem mensalões, cuecas, pizzas e CPI´s. Bem vindo ao Brasil do brasileiro!

Ps: Não consegui publicar o vídeo,mas segue abaixo o link, é só copiar e colar na caixa de endereços do internet explorer.

http://www.youtube.com/watch?v=HGnqCzxEOc4&feature=player_embedded#

Função Universal do pensar - Compreender


“Não há escrita sem crítica, pois a reflexão é própria do poeta/escritor que ao colocar-se no papel expressa o oculto, misterioso ou que não pode/deve ser desvelado. Cabe ao leitor recolher nos implícitos de cada escrito os mistérios dos discursos. O leitor incapaz de compreender os implícitos é apenas mais um “olhador de letras”, ao contrário do leitor de verdade que decifra símbolos, descobre mundos e encontra possibilidades” (José Humberto dos Anjos) - Ler é simplesmente fantástico.

Vida


Pois a vida é uma eterna necessidade contada, em que se procura a melhor das oportunidades de ser feliz. É uma busca de espaço em meio a uma multidão cada vez mais carente. É busca inconstante de beleza para satisfazer os olhos e o corpo. É luta diária para sobreviver junto e sozinho. Isso é vida. Não buscar o absoluto e indisolúvel, mas sofrer e buscar sempre, pois se encontramos tudo, do que vale o resto de tempo que as horas nos dão? Vida!!!

Coisas simples que revelam a complexidade da vida


Que País é esse???? Decepcionado com a ficção que repete a realidade. Ainda não consigo entender os fatores (sérios) que elegem um "macho", que fala em rede nacional que se não estivesse sendo filmado espancaria uma mulher e grita com ela em alto e bom som: "eu deveria ter quebrado o dedo dela" - Não bastasse o episódio, ainda pratica descaradamente homofobia, chama um participante de "viado", sai "bufando" e ao perder a prova para uma mulher sai esmurrando o chão em um ato claramente agressivo. Que País e esse? - Mesmo assim: Viva a diversidade, a resistência, a boa educação, o respeito e a dignidade humana!

Entrevista concedida ao Jornal "Virtnet" de Iporá em 03 de setembro de 2009


Desde quando você escreve?

(Escrevo desde os 11 anos de idade, mas somente aos 16 tive coragem para começar a escrever textos para serem lidos. Antes eu escrevia para mim mesmo, pois temia, e até hoje temo, a forma como as pessoas podem encarar o que escrevo. A partir de um concurso de redação, ao qual fui o campeão estadual é que ganhei mais coragem, mais segurança. Hoje estou mais corajoso!

Qual é sua fonte de inspiração? Um poeta? Um escritor?

(Gosto de me inspirar nas coisas que a sociedade produz. As coisas mais simples e que geralmente me deixam indignado. Não gosto de escrever por "encomenda", gosto de sentar pegar o papel e o lápis e deixar a coisa fluir....sou sem hora e sem assunto. Escrevo porque gosto, porque quero. Gosto muito de Cora Coralina, sou um amante de noites e mais noites da sua obra. Gosto muitos dos Modernistas, eles de certa forma me atraem muito.

Sobre o que você gosta de escrever?

Isso é complicado! Gosto de escrever sobre tudo. Mas, a coisa tem que fluir, não pode ser "encomendada". Eu era muito ligado a poesia, mas com o tempo percebi que ao escrever gosto de "gritar", e geralmente minha poesia era mais de aconchego do que de clamor. Isso fez com que eu me afastasse um pouco da poesia e chegasse mais próximo dos artigos, que no momento são minha paixão. Mas, ainda produzo poesia, embora não as publique com tanta frequencia.

Já publicou algum trabalho?

No momento estou muito ligado a Universidade, que me consome muito. Os trabalhos acadêmicos me roubam boa parte do tempo, por isso ainda não apareceu um livro do José Humberto. Mas, publiquei muitas crônicas, artigos e reportagens nos jornais de Goiás e nos sites da nossa região. Recentemente recebi o convite de um Jornal do Paraná, para publicar um de meus textos, muitos convites têm aparecido e em breve, muito breve, estarei pensando em um primeiro livro.

Quais gêneros literários você produz? Qual o preferido?

Como disse, hoje sou apaixonado por artigos e crônicas, mas não descarto a poesia. Gosto muito de ser "multifacetado" ou seja, escrever de tudo um pouco. Não tenho uma gênero preferido, o que gosto mesmo é de escrever. Dentro da escrita qualquer paixão me diverte. (risos)

Além deste site, onde mais você publica sua produção literária?

Hoje graças a era da comunicação e da interatividade, muitas oportunidades nos são dadas. Além do Virtnet que me deu este espaço maravilhoso, tenho ainda o meu blog pessoal (www.josehumbertodosanjos.blogspot.com), ele foi o meu primeiro e o que me deu mais visibilidade e fez meus textos serem mais conhecidos. Uma parceria com um site de poesias a nível nacional (http://recantodasletras.uol.com.br/autores/josehumberto) e faço parte de um coletivo de poesias que gosto muito (http://sitedepoesias.com.br/poetas/Humberto). Além desses, sempre sou convidado para escrever no Oeste Goiano e para o site Leitura Virtual.

Você é acadêmico do Curso de Letras da UEG de Iporá. Qual a contribuição que a universidade tem dado para sua carreira de escritor?

Sou sim e apesar dos muitos problemas que a Universidade tem passado, me orgulho de representar e levar o nome da UEG-UnU Iporá por onde tenho estado. Quando entrei na Faculdade era muito imaturo, sem "graça". Me faltava algo que encontrei na UEG, Ela me completou, me fez ser EU. Sempre fui muito bem orientado lá, e os professores que tive e tenho ainda são meus "mestres" de verdade, tenho o maior orgulho de todos. Aprendi e aprendo muito com eles e apesar de não concordar que para escrever as pessoas precisam de uma educação bancária de Universidade, adimito que para mim a UEG foi essêncial.
Estudar em uma Universidade pública hoje é um desafio não muito atraente. Falta muita coisa e os nossos governantes de GOIÁS não são muito fãs da EDUCAÇÃO. Hoje no quarto ano, já sinto saudades e a cada dia que passa gosto mais da Instituição em que estudo.

É verdade que os escritores têm mais facilidade para fazer suas provas e seus trabalhos e só tiram boas notas?

(risos) Escritores são gente! Nunca tive dificuldades com notas, não eram sempre (100), mas também não eram as piores da sala. Não me preocupo com notas, elas nunca me limitaram. Procuro transmitir isso para os meus alunos... Na escola, assim como na vida acabamos ficando escravos de notas e conceitos. Isso me irrita! Sou muito dedicado e isso tem me ajudado.


Com que frequência o Jornal do Curso de Letras é editado? Ele se destina somente aos alunos do próprio curso ou tem uma amplitude maior?

Hoje por dificuldades financeiras não estamos publicando mais. Porém quando o Jornal estava ativo a nossa intenção era torná-lo aberto a todos os públicos. A Universidade Estadual de Goiás passa por muitas dificuldades, os cursos estão sendo aobrigados a sobreviver com o mínimo, nosso jornal não sobreviveu as dificuldades financeiras.

Você acha que o Centro Acadêmico da UEG de Iporá cumpre seu papel? A direção ouve as reivindicações do DA?

Hoje o D.A da Unidade é muito bem estruturado. Pessoas muito boas e coerentes estão dando ao Movimento Estudantil uma nova "cara". Tenho um bom contato com o pessoal do D.A, confio muito neles, pois sempre agem pelo coletivo e isso é importante. Direção? Já fui considerado como "puxa saco" (risos) por meia dúzia de "rebeldes", mas continuo com meu discurso: a direção da Unidade de Iporá hoje é muito flexível, sempre que preciso sou ouvido, aliás, todos são ouvidos. O que acontece na UnU Iporá e que tem alunos que gostam de revolucionar e por não terem causa acabam inventando. (risos) e isso é complicado. Sou bem recebido em toda a Unidade. A Unidade é muito organizada e democrática. EM relação ao Reitor....ṕrefiro não perder minhas palavras com ele, apenas que é muito omisso, parece dirigir escolinha e não uma UNIVERSIDADE.


Você é membro da Organização Artística e Cultural de Iporá, OCA. De que forma a entidade difunde os trabalhos de seus associados?

A OCA hoje é a organização mais importante que nós artistas temos na Região. Ela é simplesmente fantástica. Como te disse a Universidade me rouba muito tempo, por isso ando meio afastado da OCA, mas sempre que posso lá estou com minhas exposições. A OCA é minha madrinha! (risos) me sinto em casa quando estou lá.


Você tem um livro a ser publicado? Tem data para fazê-lo?

Bem... Ele está nas minhas gavetas. Quero esperar a hora certa, pois não quero dar "tiros no escuro". Quero ter propriedade para lançá-lo. Quero que ele tenha qualidade, que seja legal. A data???? Vamos terminar a Faculdade primeiro, depois vamos revê-lo e aí podemos dar vida a ele (s). Um plano meio auspicioso é relizar um trabalho sobre a vida do Professor Lázaro Faleiro, ainda quero fazer isso. É uma questão de honra pra mim. Talvez este seja o meu primeiro desejo, o pós faculdade. (risos)


Alguma dica para quem gosta de escrever?

Leia! (risos). É muito óbvio, mas é o primeiro e melhor passo para quem quer escrever com qualidade e segurança. Adoro ler, me da prazer. Mesmo que seja bobeira, leia! Ler é a alma do negócio. Acho que todo mundo gosta de escrever, mas é que quase todos têm medo, e isso é mortal. Não tenha medo de se mostrar, isso é bom, faz parte. Me exponho muito quando escrevo, as vezes me denuncio, mas depois tudo é festa.

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: José Humberto Rodrigues dos Anjos

Local e data de nascimento: Amorinópolis, 02 de maio de 1987

Religião: Católico - Liberal.

Deus: Tudo na minha vida. Me ensinou a amar e isso é TUDO!

Sua maior qualidade: Ser eu mesmo.

Seu maior efeito: Criar expectaivas de mais em pequenas coisas

Ser escritor no Brasil: Um desafio incompreendido, gostoso e prazeroso.

Um grande autor: Carlos Drummond de Andrade

Uma grande autora: Cora Coralina

Um grande ator: Mateus Natchergaelle

Uma grande atriz: Renata Sorah

Um grande homem: Está bem escondido (risos)

Uma grande mulher: Minha Mãe/Avó

Cantor: Marcelo Barra

Cantora: Ana Carolina

Um filme: Olga

Um livro: Poema dos becos de Goiás e estórias mais (Cora Coralina)

Uma música: Todas..Música é vida.

Um lugar: Minha casa

Uma comida: A que tenho todos os dias.

Um grande amor: Ainda não me encontrou, ainda não o encontrei (risos)

Uma boa lembrança: Concurso de redação Goiás na Ponta do Lápis 2003

Uma tristeza: O tempo.

Um sonho: Publicar meus livros.

O papel da TV aberta: informar, não alienar.

O poder da internet: facilitar as coisas, aproximar o homem da informação.

Um livro ou um site? Vários livros....

Falar ou ouvir? Falar (risos)

Ficar só ou acompanhado? (Aaaaaaa) Acompanhado! (risos)

Projeto de vida: Ser feliz

Sucesso é... Fazer o que se gosta.

Filosofia de vida: Pensar é viver!



Secretaria Regional de Educação
Colégio Estadual Analícia Cecília Barbosa da Silva
Língua Espanhola – Ensino Médio -
Professores: José Humberto dos Anjos


El coleccionista de nubes
Mauricio Montiel Figueiras
Desde aquella tarde azulada de su niñez en que volteó al horizonte y pensó que las nubes eran una flota de buques encallados a las afueras de la ciudad, Franco las coleccionaba. O al menos eso respondía cuando le preguntaban a qué se dedicaba: colecciono nubes, decía con el aplomo de quien conoce los intríngulis no sólo de su oficio sino del mundo, para luego esbozar un gesto aéreo y misterioso, similar a una sonrisa. La gente le devolvía la mueca y se apartaba de él con premura, tosiendo o farfullando, ansiosa por engarzarse en una plática banal, sana a fin de cuentas. Franco la veía alejarse y no podía más que evocar nubes, diáfanos estratos reclamados por la distancia a la que pertenecían. El gesto aéreo se quedaba impasiblemente atornillado a su lugar.
Al igual que el calendario cristiano, la vida de Franco se dividía en dos grandes hemisferios históricos: a. C. y d. C., o aún mejor, antes de la cámara y después de la cámara. En el primero se hacinaban postales y recortes de diarios y revistas, toda una infancia consagrada a apropiarse de las nubes de otros: nubes blancas y grises y marrones y rojas y sepia e incluso verdes, matutinas y vespertinas, delgadas y robustas, límpidas y veteadas, en urbes fulgurantes y sobre intemperies surcadas justamente por los rastros de una civilización nubosa. Franco recordaba con insólita claridad la reclusión voluntaria en su dormitorio, las horas reducidas a un vértigo de tijeretazos que había opacado las tentaciones del exterior – la ida al cine con los amigos del colegio, el partido de futbol en el parque – y que se había disuelto al hollar territorio prohibido: las enciclopedias que una tarde, ante el aluvión de gritos paternos, no lograron disimular sus páginas mutiladas. Recordaba también las llamadas a amistades y familiares que se comprometían a enviar postales de los sitios – de los cielos, de acuerdo, sólo porque eres hijo único – por donde viajaban, el dinero invertido en el joven cartero que le permitía elegir tarjetas cuyos remitentes serían recibidos con completa perplejidad: ¿por qué nunca escribiste, por qué prometes algo y no lo cumples? Las películas le gustaban, sin duda, siempre y cuando transcurrieran en parajes abiertos, al aire libre; el firmamento debía ser el protagonista. Se masturbó por primera vez en el baño de una casa de campo; el orgasmo, acelerado por la imagen de la lluvia que henchía el horizonte más que por los pezones de una prima entrevistos en la alberca, llegó con la rabia de una tormenta y lo dejó tendido en los mosaicos durante una eternidad mientras el agua arrastraba su semen como el viento arrastra las nubes. Por lo general sus sueños eran luminosos, de una levedad celeste, pero en ocasiones un espesor, una especie de tinta china, se colaba a esa transparencia y él despertaba jadeando, consciente de haber sufrido una pesadilla que no podría reconstruir. ¿Una pesadilla, cavilaba, o un eclipse?
El segundo capítulo de su biografía estaba gobernado por la cámara y la obsesión por atrapar nubes – sus propias, íntimas nubes, y que tenía la curiosa certeza de haber agotado el acervo de los demás –. Su madre le regaló la primera Canon, un fetiche fiel que lo acompañó a lo largo de su temprana adolescencia y que evocaba con cariño cada vez que veía la foto inaugural, de la que no había querido deshacerse: captada desde la enorme ventana de su dormitorio, una nube solitaria colgaba a mitad del cielo como símbolo de una época demasiado tórrida, demasiado irrecuperable. Inoculado con el virus de la fotografía, Franco se entregó en cuerpo y alma a una fiebre que le concedió una oportunidad única: redescubrir la bóveda celeste, lo que equivalía a decir el mundo –, su mundo, que era el que importaba –. Todas, absolutamente todas las nubes eran asequibles; uno podía adueñarse de ese orbe etéreo con tan sólo accionar el disparador: clic y ya. Clic y una aurora invernal develaba sus milagros nebulosos. Clic y un mediodía aparentemente anodino se convertía en un panorama memorable. Clic y quedaba fijo un ocaso vuelto almacén de algodones sanguinolentos. Clic y las fotos se iban apilando en la habitación y luego en el estudio de Franco. Clic y la gente que pedía su retrato pasaba a ser una excusa para continuar con esa suerte de saqueo espacial; había quienes, ante las imágenes que Franco les mostraba, se frotaban el cuello para ratificar que no hubieran sido decapitados: sus cabezas aparecían invariablemente desprendidas de sus cuerpos, relegadas a un ángulo inferior, meros puntales sobre los que descansaba el firmamento que era el personaje principal. Poco a poco la lente de Franco se olvidó del pretexto humano y se concentró en lo que podría llamarse un voyeurismo de altura. Cámaras, mujeres y amistades fueron y vinieron; el objetivo, sin embargo, permaneció incólume.
La oferta de trabajo en una célebre revista de viajes cayó, literalmente, como una bendición del cielo. Editores, reporteros y fotógrafos nunca habían visto tal dedicación, semejante renuncia a todo lo que no relacionara con el ojo vuelto hacia arriba. Si sigues en las nubes te va a dar tortícolis, advertían, y Franco esbozaba su gesto aéreo y accionaba el disparador. Pronto se ganó el respeto de sus colegas más exigentes, una admiración no exenta de envidia y cierta dosis de lástima; su reputación, para usar un lugar común, subió como la espuma, aunque a él le hubiera gustado decir – en un arrebato nada común de cursilería – como la humedad que se transforma en lluvia. Por encargo de la revista recorrió sitios que lo empujaron a quemar, una tarde de nostalgia y whisky profundo, las postales y recortes acumulados en la niñez; descubrió ciudades y pueblos y desiertos y mares y selvas que nunca hubiera concebido y de donde siempre regresaba satisfecho, ávido por revelar los rollos que le abultaban el equipaje como extraños tumores. Una medianoche en Nueva York, atento al impetuoso espectáculo de las nubes rebanadas al chocar en el más alto de los rascacielos, decidió que debía hacer algo en su vida, es decir con los cientos de fotografías que atestaban la pequeña casa comprada en las afueras de su ciudad natal. Empezó así a catalogar imágenes, a darles orden y secuencia, en busca de un patrón que no tardó en hallar. Pidió vacaciones – nunca las había tomado – y viajó metódicamente, con firme propósito de capturar toda la jerarquía nubosa: nimboestratos, cúmulos, estratocúmulos, cumulonimbos, altocúmulos, altoestratos, cirrocúmulos, cirroestratos, cirros. Al volver no le fue difícil dar con galerías dispuestas a exhibir su biografía en clave etérea. Editoriales y críticas entusiastas tampoco faltaron.
Clic. Clic.
Colecciono nubes, se acostumbró a declarar, porque eso soy.
Clic, clic, clic.
Una noche, al llegar a casa luego de recoger su tercer libro (Apuntes del cielo protector), vació en la tina los bidones adquiridos el día anterior. Escogió sus mejores fotos y las distribuyó por el baño, donde se encerró acompañado por una botella de whisky. Se desnudó ceremoniosamente, se masturbó en memoria del oscuro horizonte que había precipitado su primera eyaculación, se hundió en la tina y comenzó a beber. Antes de encender el fósforo que dejaría caer en el lago de gasolina donde flotaba, pensó en el fogonazo inicial y se dijo que su vida había valido la pena para alcanzar ese momento. Pensó que así, convertido triunfalmente en nube – efímera, de humo, sí, pero al fin y al cabo nube –, podría unirse a las presencias que habían regido cada uno de sus actos para sobrevolar las intemperies recortadas durante la infancia, esas tierras baldías que acogerían con júbilo el rastro de una sombra dócil y veloz.

Oratória - Formatura 2010


Que alegria! Mais uma etapa vencida com sucesso. No dia 19 de fevereiro de 2010, recebi a licença para exercer o cargo de Professor de Língua Portuguesa, Inglesa e Literaturas pela Universidade Estadual de Goiás - UEG. Acompanhem o discurso que fiz, representando os cursos de: Biologia, Geografia, História, LETRAS e Matemática.
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Vivemos numa sociedade pós-moderna em que a cultura do ‘ter’ pouco a pouco vai substituindo a necessidade do ‘ser’. Somos bombardeados pela agilidade das informações e das novidades, e acima de tudo somos cobrados enquanto professores. Temos em nossas mãos a utópica responsabilidade do “futuro da nação”, como se fôssemos nós, professores, os únicos mediadores de um processo futurístico de evolução para a humanidade. Estamos entrando em um grande palco que nos torna mais que professores, nos cobra uma metacompetência instantânea e que muitas vezes faz da educação um comércio privilegiado. É neste cenário, que temos a oportunidade de escolher entre as duas oportunidades dadas pela licenciatura: sermos somente profissionais em busca de um salário, ou, fazer de nossas mãos a ferramenta para uma educação consciente e libertadora. Que a segunda seja a nossa opção! Pois o direito igualitário e real ao conhecimento é mais que um dever, é a missão abraçada por cada educador que ao se formar, atenta-se para um mundo ainda carente de acesso a cultura e educação de qualidade. Se queremos mudar, comecemos já. Baudelaire, bem nos lembra: “A única obra demorada é aquela que não nos atrevemos a começar”. O desafio da educação, parte das necessidades individuais de cada homem para com sua sociedade, um elo que liga a profissão de ensinar à necessidade de ser mais que somente um profissional. Não há magistério ou professor de verdade sem o compromisso social, sem a prática consciente e cidadã do desvelar do interessante e privilegiado mundo do conhecimento. Que a diferença se faça em cada um de nós, educadores e educadoras que ao receber essa licença para ensinar, nos tornamos protagonistas de um processo humanizador que por essência tem a finalidade de formar seres que governem a si mesmos e que não sejam governados por outros. Temos a oportunidade de ser e fazer parte da construção de um novo amanhã em que todos independentemente de cor, raça, credo ou orientação sexual tenham uma educação digna. Isso é democratizar o saber. Não somos pouca coisa não! Somos os formadores de futuros médicos, advogados, presidentes, lavradores, secretárias e mais muitos homens e mulheres de bem que terão melhores oportunidades de vida a partir de nossa prática pedagógica. E caso alguém que ao pegar essa envergadura honrável e incorruptível tenha dúvidas do fim para o qual se formou, tome para si as palavras de Padre Antônio Vieira como pedra filosofal: “Toda a vida humana por mais religiosa que seja, se não tiver diante dos olhos o fim para o qual nasceu, é navio sem norte, é cego sem guia, é dia sem sol, noite sem estrelas, é república sem lei, é exército sem bandeira, enfim, é vontade às escuras, sem luz de entendimento que lhe mostre o mal e o bem, e lhe dite o qual lhe a de querer ou do que fugir.” Viva a licenciatura! Viva os educadores de hoje e o futuro que nossas mãos trarão para o amanhã. José Humberto dos Anjos