[paráfrase
a Mario Quintana]
Se tu me amas, ama-me baixinho,
Não grites fremente teu amor, pois ao grita-lo,
podes atrapalhar o canto dos pássaros
E ele é muito verdadeiro para ser oprimido neste
mundo repleto de pseudo-amores.
Ama-me como a primavera ébria
Como os cravos amarelos que mesmo na dor ornam o
defunto que cobrem.
As lágrimas que caem, mas hidratam a face que hora
sofre.
Ama-me não com tua volúpia languida,
Não com teu espasmo frio,
Com teu desejo (in)desejoso.
Somente ama-me. Mais que a ela, ama-me!
Mais que aos seios soerguidos, acesos, alvos.
Mais que ao corpo esguio e atraente.
Mais que a cavidade que lhe dá prazer,
Mais que tua sexualidade
Mais que os corpos que possui, que te possuem e te
alimentam.
Ama-me baixinho,
Mas não me ame em segredo.
Apenas ama-me! E já serás muito para alguém que
não sabes sequer falar a verdade como os pássaros.
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