[Des]Centros

Remar contra a maré agora é impossível, pois as forças somadas valem menos ainda que as divididas.
Para chegar ao longe perdi tempo e conhecimento: tempo para conhecer e conhecimento para ter tempo.
Lutar em regime politicamente correto inclui dar golpes baixos e brancos, executando os mais fracos e aliando-se aos mais frondosos e imponentes.
Minhas lutas me fizeram ser o passo e o espaço de mim mesmo, vivendo minhas eudades secretas, gozando do submundo das devassidões. Ser a ave que pousa e a poeira que sobe.
Me transformaram na raiva incontida daqueles que hora são meus, e logo são a desgraça do meu senso, minhas impossibilidades.
Minhas lutas, essas que me deram a irá de presente secreto, como esmeraldas que vão em caixa de ouro. Uma luta que me fez saber suportar, mesmo que isso custe a moralidade, custe a alma ferida, o orgulho maculo.
Esses meus [des]centros, são minha edificação. São minha prole e minha identidade. Pois me construo para frondear e frondo para no íntimo do meu ser, não ser o que penso estar.