Coisas simples que revelam a complexidade da vida


Que País é esse???? Decepcionado com a ficção que repete a realidade. Ainda não consigo entender os fatores (sérios) que elegem um "macho", que fala em rede nacional que se não estivesse sendo filmado espancaria uma mulher e grita com ela em alto e bom som: "eu deveria ter quebrado o dedo dela" - Não bastasse o episódio, ainda pratica descaradamente homofobia, chama um participante de "viado", sai "bufando" e ao perder a prova para uma mulher sai esmurrando o chão em um ato claramente agressivo. Que País e esse? - Mesmo assim: Viva a diversidade, a resistência, a boa educação, o respeito e a dignidade humana!

Entrevista concedida ao Jornal "Virtnet" de Iporá em 03 de setembro de 2009


Desde quando você escreve?

(Escrevo desde os 11 anos de idade, mas somente aos 16 tive coragem para começar a escrever textos para serem lidos. Antes eu escrevia para mim mesmo, pois temia, e até hoje temo, a forma como as pessoas podem encarar o que escrevo. A partir de um concurso de redação, ao qual fui o campeão estadual é que ganhei mais coragem, mais segurança. Hoje estou mais corajoso!

Qual é sua fonte de inspiração? Um poeta? Um escritor?

(Gosto de me inspirar nas coisas que a sociedade produz. As coisas mais simples e que geralmente me deixam indignado. Não gosto de escrever por "encomenda", gosto de sentar pegar o papel e o lápis e deixar a coisa fluir....sou sem hora e sem assunto. Escrevo porque gosto, porque quero. Gosto muito de Cora Coralina, sou um amante de noites e mais noites da sua obra. Gosto muitos dos Modernistas, eles de certa forma me atraem muito.

Sobre o que você gosta de escrever?

Isso é complicado! Gosto de escrever sobre tudo. Mas, a coisa tem que fluir, não pode ser "encomendada". Eu era muito ligado a poesia, mas com o tempo percebi que ao escrever gosto de "gritar", e geralmente minha poesia era mais de aconchego do que de clamor. Isso fez com que eu me afastasse um pouco da poesia e chegasse mais próximo dos artigos, que no momento são minha paixão. Mas, ainda produzo poesia, embora não as publique com tanta frequencia.

Já publicou algum trabalho?

No momento estou muito ligado a Universidade, que me consome muito. Os trabalhos acadêmicos me roubam boa parte do tempo, por isso ainda não apareceu um livro do José Humberto. Mas, publiquei muitas crônicas, artigos e reportagens nos jornais de Goiás e nos sites da nossa região. Recentemente recebi o convite de um Jornal do Paraná, para publicar um de meus textos, muitos convites têm aparecido e em breve, muito breve, estarei pensando em um primeiro livro.

Quais gêneros literários você produz? Qual o preferido?

Como disse, hoje sou apaixonado por artigos e crônicas, mas não descarto a poesia. Gosto muito de ser "multifacetado" ou seja, escrever de tudo um pouco. Não tenho uma gênero preferido, o que gosto mesmo é de escrever. Dentro da escrita qualquer paixão me diverte. (risos)

Além deste site, onde mais você publica sua produção literária?

Hoje graças a era da comunicação e da interatividade, muitas oportunidades nos são dadas. Além do Virtnet que me deu este espaço maravilhoso, tenho ainda o meu blog pessoal (www.josehumbertodosanjos.blogspot.com), ele foi o meu primeiro e o que me deu mais visibilidade e fez meus textos serem mais conhecidos. Uma parceria com um site de poesias a nível nacional (http://recantodasletras.uol.com.br/autores/josehumberto) e faço parte de um coletivo de poesias que gosto muito (http://sitedepoesias.com.br/poetas/Humberto). Além desses, sempre sou convidado para escrever no Oeste Goiano e para o site Leitura Virtual.

Você é acadêmico do Curso de Letras da UEG de Iporá. Qual a contribuição que a universidade tem dado para sua carreira de escritor?

Sou sim e apesar dos muitos problemas que a Universidade tem passado, me orgulho de representar e levar o nome da UEG-UnU Iporá por onde tenho estado. Quando entrei na Faculdade era muito imaturo, sem "graça". Me faltava algo que encontrei na UEG, Ela me completou, me fez ser EU. Sempre fui muito bem orientado lá, e os professores que tive e tenho ainda são meus "mestres" de verdade, tenho o maior orgulho de todos. Aprendi e aprendo muito com eles e apesar de não concordar que para escrever as pessoas precisam de uma educação bancária de Universidade, adimito que para mim a UEG foi essêncial.
Estudar em uma Universidade pública hoje é um desafio não muito atraente. Falta muita coisa e os nossos governantes de GOIÁS não são muito fãs da EDUCAÇÃO. Hoje no quarto ano, já sinto saudades e a cada dia que passa gosto mais da Instituição em que estudo.

É verdade que os escritores têm mais facilidade para fazer suas provas e seus trabalhos e só tiram boas notas?

(risos) Escritores são gente! Nunca tive dificuldades com notas, não eram sempre (100), mas também não eram as piores da sala. Não me preocupo com notas, elas nunca me limitaram. Procuro transmitir isso para os meus alunos... Na escola, assim como na vida acabamos ficando escravos de notas e conceitos. Isso me irrita! Sou muito dedicado e isso tem me ajudado.


Com que frequência o Jornal do Curso de Letras é editado? Ele se destina somente aos alunos do próprio curso ou tem uma amplitude maior?

Hoje por dificuldades financeiras não estamos publicando mais. Porém quando o Jornal estava ativo a nossa intenção era torná-lo aberto a todos os públicos. A Universidade Estadual de Goiás passa por muitas dificuldades, os cursos estão sendo aobrigados a sobreviver com o mínimo, nosso jornal não sobreviveu as dificuldades financeiras.

Você acha que o Centro Acadêmico da UEG de Iporá cumpre seu papel? A direção ouve as reivindicações do DA?

Hoje o D.A da Unidade é muito bem estruturado. Pessoas muito boas e coerentes estão dando ao Movimento Estudantil uma nova "cara". Tenho um bom contato com o pessoal do D.A, confio muito neles, pois sempre agem pelo coletivo e isso é importante. Direção? Já fui considerado como "puxa saco" (risos) por meia dúzia de "rebeldes", mas continuo com meu discurso: a direção da Unidade de Iporá hoje é muito flexível, sempre que preciso sou ouvido, aliás, todos são ouvidos. O que acontece na UnU Iporá e que tem alunos que gostam de revolucionar e por não terem causa acabam inventando. (risos) e isso é complicado. Sou bem recebido em toda a Unidade. A Unidade é muito organizada e democrática. EM relação ao Reitor....ṕrefiro não perder minhas palavras com ele, apenas que é muito omisso, parece dirigir escolinha e não uma UNIVERSIDADE.


Você é membro da Organização Artística e Cultural de Iporá, OCA. De que forma a entidade difunde os trabalhos de seus associados?

A OCA hoje é a organização mais importante que nós artistas temos na Região. Ela é simplesmente fantástica. Como te disse a Universidade me rouba muito tempo, por isso ando meio afastado da OCA, mas sempre que posso lá estou com minhas exposições. A OCA é minha madrinha! (risos) me sinto em casa quando estou lá.


Você tem um livro a ser publicado? Tem data para fazê-lo?

Bem... Ele está nas minhas gavetas. Quero esperar a hora certa, pois não quero dar "tiros no escuro". Quero ter propriedade para lançá-lo. Quero que ele tenha qualidade, que seja legal. A data???? Vamos terminar a Faculdade primeiro, depois vamos revê-lo e aí podemos dar vida a ele (s). Um plano meio auspicioso é relizar um trabalho sobre a vida do Professor Lázaro Faleiro, ainda quero fazer isso. É uma questão de honra pra mim. Talvez este seja o meu primeiro desejo, o pós faculdade. (risos)


Alguma dica para quem gosta de escrever?

Leia! (risos). É muito óbvio, mas é o primeiro e melhor passo para quem quer escrever com qualidade e segurança. Adoro ler, me da prazer. Mesmo que seja bobeira, leia! Ler é a alma do negócio. Acho que todo mundo gosta de escrever, mas é que quase todos têm medo, e isso é mortal. Não tenha medo de se mostrar, isso é bom, faz parte. Me exponho muito quando escrevo, as vezes me denuncio, mas depois tudo é festa.

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO

Nome completo: José Humberto Rodrigues dos Anjos

Local e data de nascimento: Amorinópolis, 02 de maio de 1987

Religião: Católico - Liberal.

Deus: Tudo na minha vida. Me ensinou a amar e isso é TUDO!

Sua maior qualidade: Ser eu mesmo.

Seu maior efeito: Criar expectaivas de mais em pequenas coisas

Ser escritor no Brasil: Um desafio incompreendido, gostoso e prazeroso.

Um grande autor: Carlos Drummond de Andrade

Uma grande autora: Cora Coralina

Um grande ator: Mateus Natchergaelle

Uma grande atriz: Renata Sorah

Um grande homem: Está bem escondido (risos)

Uma grande mulher: Minha Mãe/Avó

Cantor: Marcelo Barra

Cantora: Ana Carolina

Um filme: Olga

Um livro: Poema dos becos de Goiás e estórias mais (Cora Coralina)

Uma música: Todas..Música é vida.

Um lugar: Minha casa

Uma comida: A que tenho todos os dias.

Um grande amor: Ainda não me encontrou, ainda não o encontrei (risos)

Uma boa lembrança: Concurso de redação Goiás na Ponta do Lápis 2003

Uma tristeza: O tempo.

Um sonho: Publicar meus livros.

O papel da TV aberta: informar, não alienar.

O poder da internet: facilitar as coisas, aproximar o homem da informação.

Um livro ou um site? Vários livros....

Falar ou ouvir? Falar (risos)

Ficar só ou acompanhado? (Aaaaaaa) Acompanhado! (risos)

Projeto de vida: Ser feliz

Sucesso é... Fazer o que se gosta.

Filosofia de vida: Pensar é viver!